Por Gláucia Maria Santos Nogueira
O Dia Internacional da Mulher é um dia Especial, dia 8 de março foi criado para homenagear as 129 operárias que morreram queimadas numa fábrica de tecidos, quando a polícia tentava conter uma manifestação contra a jornada de trabalho extensa, que era de 14 horas diariamente e, também, o direito à licença-maternidade. O episódio aconteceu exatamente no, na cidade de Nova Iorque - Estados Unidos. http://www.obaoba.com.br/especiais/mulher07/index.asp
Não podemos deixar de lembrar a luta de tantas outras mulheres que, muitas vezes ouviram um não, mas que nem por isso desistiram, persistiram e lutaram para conquistar o que queriam.
A Bíblia Sagrada relata fatos históricos, de algumas mulheres que tiveram destaque; Débora era juíza e também profetisa do Senhor, Ester era uma rainha, Miriã foi adoradora com cantos e tamborins, Maria, mãe de Jesus, um exemplo de uma grande mulher, que quando o anjo anunciou que o corpo dela seria o instrumento pelo qual Cristo viria ao mundo, ela respondeu modestamente: “Aqui está à serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra.” Lc 1.38. Convém lembrar-se de Sara, a mulher de Abraão, Raquel, Tamar, viúva de Er e de Onan, filhos de Judá, que era bisneto de Abraão, Noemi e sua nora Rute, as duas grandes mulheres sem nome, a samaritana e a cananeia, e as irmãs Marta e Maria.
Mas senti o desejo de escrever sobre uma mulher cujo nome não é mencionado na Bíblia, que ficou conhecida como a mulher cananéia, ou seja, da cidade das cercanias de Canaã, que era da região e, provavelmente, não muito longe dali, já que, aparentemente a mulher havia deixado a filha para buscar a ajuda de Jesus. Ela era gentia e, por não fazer parte da raça judaica, era considerada uma mulher sem nenhum valor, porém as qualidades apresentadas por ela, certamente servirá para enriquecer nossa vida com Jesus. Essa passagem encontra-se em Mt 15. 21-28.
A luta dessa mulher Cananéia ia contra os preconceitos raciais e a religiosidade, ela buscava desesperadamente a atenção por parte de Jesus, bem como a libertação da filha, e não medindo esforço, com muita dificuldade, porque por onde Jesus andava uma multidão o seguia, ela se aproximou clamando: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada.”
Seu sofrimento, sua aflição, seu desespero, e seus gritos incomodavam aos discípulos, que tentavam impedi-la, mas ao chegarem perto de Jesus lhe pediram: "Manda-a embora, pois ela vem gritando atrás de nós". E Ele respondendo disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então ela sem vacilar, prostrou-se aos pés de Jesus, suplicando: "Senhor, vem em meu socorro!"
Jesus, porém, não lhe deu resposta alguma. Creio que durante esse espaço de tempo, houve uma reflexão da parte de Jesus, pois os fatores étnicos, culturais, religiosos, econômicos e políticos, como também seu gênero, sugerem numerosas razões para que Ele a ignore. Mas apesar daquela mulher ser gentia e não fazer parte da raça judaica, em tudo o adorava e o reconhecia como Filho de Deus.
Num segundo momento Jesus afirma: "Não é bom tirar o pão dos filhos e dá-los aos cachorrinhos".
É muito difícil ouvir um não, quando você tem absoluta certeza de que seu pedido é justo. São muitas as maneiras de reagir a um não, você pode aceitar a resposta negativa, ou lutar por aquilo que você acredita e gritar.
São muitos os que deixam o caminho de Jesus, desistem logo que alguém os contraria, ou porque ficam magoados, decepcionados. Saem em busca de um cristianismo mais ameno, sem tanta exigência de santidade, sem muita cobrança de conversão. Porem, logo depara com posições contrárias às suas, ou escutam palavras duras, desistem, indo embora ferido em seu amor próprio.
Mas essa mulher não agiu assim, sem rebater as razões que lhe foram propostas pelo Senhor, de pertencer ao mundo cães, aceita esta condição e com fé, perseverança e humildade, corajosamente reformula a resposta de Jesus: "Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as sobras que caem da mesa de seus donos”.
Então Jesus lhe respondeu: "Mulher, grande é tua fé! Que te seja feito conforme teu desejo”. E desde àquela hora sua filha ficou curada.
O que havia de especial nessa mulher, já que dentre a multidão havia muitas outras pessoas em busca do milagre?
Algumas de suas características eram visíveis; sua atitude persistente diante dos empecilhos, sua fé ao ouvir falar que Jesus que estava pregando as boas novas, e realizando milagres, se não, ela jamais iria a seu encontro, sua humildade em não pertencer à família judaica e sua coragem aos desafios preconceituosos.
Texto: Mateus 15.21-28
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